quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Reflexão

De repente eu comecei a olhar para trás e a repensar as minhas atitudes. Isto em mim é quase uma ação involuntária, assim como a negação da maioria das minhas escolhas. Não tenho a invejável habilidade de deixar a vida me levar e levo tudo muito a sério.
Meus pensamentos correram sobre as vezes em que disse algo que deixasse alguém feliz. Isto tem norteado bastante as minhas ações, afinal, eu não sou o único que tem as suas inseguranças e carências. Há um grupo de pessoas na minha vida ao qual eu disse apenas algumas palavras, que para mim significaram muito pouco, era quase um exagero o modo como as proferi e o silêncio que se instalou acerca delas, mas para quem as ouviu parece ter significado muito. Hoje, estas pessoas me agradecem, e eu nem citei Camões ou Shakespeare. Ela parecem me ver com entusiasmo, e talvez por me conhecerem pouco, parecem gostar de mim.
Eu já senti isso, e passei então a sorrir como um retardado. Este é o máximo de que podem me chamar, nunca dirão "aquele chato", "depressivo", "pessimista", "calhordas"... As pessoas, penso eu, não me classificam assim, e se classificam, parecem gostar de comportamentos "retardados". Quando tenho domínio sobre as minhas ações, procuro parecer acolhedor, motivado e satisfeito, mesmo que interiormente isto seja uma grande mentira. Passo então a ser motivado e satisfeito pelas ações das outras pessoas a meu respeito e por naturalmente não esperar nada em troca, acabo me surpreendendo.
E é bastante simples ser "legal" sem ser falso. As pessoas invariavelmente alegram-se pelos mesmos motivos. Quando você, por exemplo, trata o problema de alguém como importantíssimo, mesmo que seja algo fútil, ele vai se sentir compreendido. Quando você aparenta se esforçar e usar a inteligência de forma a conseguir o melhor resultado possível para resolver um problema, sem muito esforço, a pessoa vai gostar de você. Quando você lembra o nome, ou algum evento disperso na mente que individualize a pessoa, ela se sente importante. Quando você, mesmo que inventivamente, diz que já teve um problema parecido e deu tudo certo, está mostrando-se próximo da pessoa. Além disso, o que é mais importante, é ouvir. Eu que não sou muito chegado a conversas, procuro deixar a pessoa falar e ouvir atentamente. Muitas vezes o enredo da história não é interessante, mas leva a indícios firmes do comportamento da pessoa e o que é importante para ela. Ouvindo, analizando e apoiando, quase sempre consegue-se um súdito.
Não digo mentiras, quando sei que uma alternativa leva fatalmente ao erro, não titubeio em dizer, mas também não tenho preguiça de orientar e "enfeitar" as outras alternativas. Não desencorajo, procuro sempre achar uma frase customizada que complemente o clichê "Vai dar tudo certo".
Claro que num primeiro nível que socialização, constróem-se laços importantes, mas a sua opinião passa a não ser mais "qualquer opinião". Quando estreitam-se os laços, somos obrigados a admitir defeitos e fantasias das pessoas, e aí não caminho com tanta facilidade. Quando adquiro certa proximidade, a tendência é que eu me torne cada vez mais franco, e como a minha opinião já é em qualquer nível relevante à esta pessoa, acabo por magoá-la.
Preciso trabalhar mais as minhas relações mais íntimas, pois alí, como é muito bem descrito por Saint-Exupéry, somos cada vez mais responsáveis pelas pessoas, e isto não quer de forma alguma dizer que podemos controlá-las ou vigiá-las 24hs por dia, como fazem os responsáveis por máquinas. Com pessoas, a responsabilidade é sempre inevitável e imprevisível. O livro "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera, trata um pouco do assunto.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

10 coisas que mais me irritam

Assistindo aquele programa da Fernanda Young, resolvi fazer um "Top 10" das coisas que me deixam profundamente irritado:

1. Buzina 10 mili-segundos depois que o farol abriu
2. Me fazer ficar na fila para "ir mais rápido" e esquecer de voltar
3. C&A, Renner, Riachuelo, Besni e afins acompanhando uma mulher
4. Trocadilhos idiotas sobre os governantes
5. Pessimistas
6. "Bom diiiia!" logo quando acordo
7. Pré-adolescentes
8. Fazer a barba
9. Pessoas estressadas no trânsito
10. Palpite de quem eu não confio e que não perguntei

Tinha elaborado um "Top 50", mas selecionei os dez mais.