sábado, 19 de setembro de 2009

A beleza


Estes dias estive pensando em como ser elegante, chique, sofisticado é ser conservador. Já me fizeram um elogio desta natureza, e eu, descostumado a elogios, procurei ressalvas.

A beleza visual consolidada, aquela de senso comum, desprovida de qualquer afeição particular, é a mais conservadora das hipocrisias. Quando se é belo, elegante, significa que configura um padrão consagrado desta atitude que não necessariamente traduzem a essência de quem o é. O nosso esforço em atender os padrões estéticos comuns suprime a nossa identidade.

Isto não é ruim, já que estamos o tempo inteiro nos disfarçando até de nós mesmos com objetivos variados. Não é ruim na medida em que não se torna um sofrimento, uma necessidade que condiciona nosso prazer.

A beleza pode ser vista de muitas formas, já que é vista por vários olhos, só que uma turma decide o que é um padrão que distingue uma beleza e implanta isto nas nossas cabeças. Superficialmente, julgamos a mesma beleza bonita, mas intimamente, há várias belezas que nos tornam amigos de pessoas feias se comparadas a este padrão.

Ainda bem, porque senão eu seria ainda mais solitário!

No final das contas, o conservador, ou seja, o elegante, ou seja, a beleza padrão é o que há de mais chato num ser humano. Procurar imperfeições é o que nos apaixona.

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