sábado, 19 de setembro de 2009

Uma onda


Numa noite sabadina
uma fúria dos mares
vem em onda entre os dedos
que se abrem para sentir
a sua tomada avassaladora

Um segundo e os pelos se levantam
em um alerta esperançoso
que invade o corpo
como uma brisa que vem refrescar
a pele em chamas de um vira-lata

Sobe à cabeça em pensamentos impróprios
em ações explícitas, em grunhidos tênues
Vem trazendo a honra de poder reproduzir
Vem lembrar de que não sempre
se controlam as coxas a roçar o meio

O diafragma começa a desobedecer
como se fosse parar de funcinoar
mas funciona como uma máquina
sugando mais ar para dentro do peito
que parece explodir

vem subindo, paulatinamente
os degrais da espinha
espalhando para os lados
o arrepio imediato
que quando chega a boca
solta um gemido desafinado

Vem trazer o touro
de quem veio a vênus
se insinuar como uma vaca
nos sonhos de netuno

Uma loucura incontrolável
uma condição miserável
Um orgulho de ter as vergonhas
invadidas pelas mais deliciosas
línguas que se põe nos ares

Entre os dedos firmes estão os lencóis
e sugam todo o fluido do corpo
que derrete nos pensamentos mais quentes
que ferve e derrama o leite pelo ar

e vai, como se não tivesse vindo
promentendo que volta
não se sabe quando, nem como
mas volta, e é bem esperada

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